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Assegurar o bem-estar animal em todo o processo produtivo para além de uma exigência da sociedade moderna, é uma necessidade das explorações eficientes e produtivas, bem como uma necessidade dos matadouros (ao longo da cadeia de abate, na descarga, no parqueamento, no encaminhamento e no atordoamento sem sofrimento), bem como na fase final, na sala de desmancha (para garantir a rastreabilidade de todos os animais que foram abatidos com os requisitos desta certificação).

 
                 

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Entrevista da CNN à Graça Mariano

 O Jornalista Antoninio Guimarães da CNN entrevistou a diretora executiva da APIC, sobre o recente parecer da ANSES reltivamente à utilização de Nitrataos e Nitritios na produção de alimentos.

Veja a entrevista completa abaixo:

Excelentíssima Senhora Graça Mariano, Daqui António Guimarães, da CNN Portugal. Conforme combinado em conversa telefónica, deixo-lhe as seguintes questões:

1. Como é que a Apicarnes recebeu o relatório das autoridades francesas sobre nitritos e nitratos?

A APIC é filiada em organizações internacionais, a CLITRAVI e a UECBV, as quais têm assento em Bruxelas e por isso, rapidamente nos fazem chegar as notícias deste âmbito, bem como os temas de discussão nos grupos de trabalho na Comissão e as decisões tomadas, com muita brevidade. Foi assim através da CLITRAVI que soubemos do relatório.

2. Em Portugal a situação é semelhante?

A utilização de aditivos é regulada de forma harmonizada, através do regulamento 1333/2008 e demais alterações. Este regulamento aplica-se a todos os estadosmembros, definindo os aditivos que podem ser utilizados, os quais foram sujeitos a aprovação de dossiers técnicos (processo similar aos medicamentos), quais as categorias de alimentos onde podem ser utilizados, bem como os respetivos limites, face aos estudos feitos aprovados pela EFSA e legislado através da comissão europeia, de modo a não se ultrapassar o ADI*. A autorização dos aditivos é feita pela EFSA, com base nos dados científicos disponíveis, não podendo representar uma preocupação em termos de segurança para a saúde dos consumidores, para uma necessidade tecnológica especifica e não podendo induzir em erro o consumidor. A adição de nitratos e nitritos visa, em particular, limitar o desenvolvimento de bactérias que causam doenças como salmonelose, listeriose ou botulismo. Pelo que, de uma forma geral, as indústrias, independentemente de estrem localizadas em Portugal ou noutro local do mundo, utilizam aditivos dentro de Boas Práticas de Fabrico e Boas Práticas de Higiene (PBF e BPH), tendo vindo a reduzir o seu uso, face à necessidade de se aproximarem da estratégia Farm to fork. Contudo, esta redução de aditivos, obriga naturalmente a reduzir também o prazo de validade dos produtos, o que colide com a vontade dos consumidores.

*ADI- Quantidade de uma substância presente nos alimentos ou na água potável que pode ser consumida diariamente ao longo da vida sem apresentar um risco apreciável para a saúde. É geralmente expressa em miligramas da substância por quilograma de peso corporal por dia e aplica-se a substâncias químicas, tais como aditivos alimentares, resíduos de pesticidas e medicamentos veterinários.

3. Em França utilizam 40% a menos do valor máximo destes conservantes definido pela União Europeia. Qual a percentagem em Portugal?

A indústria de uma forma geral imbuída do espírito das Boas Práticas de Fabrico e de Higiene (BPF e BPH), como acima referido, têm vindo a adotar esta estratégia, contudo, não poderemos nos esquecer que só as Boas Práticas não chegam para a conservação dos alimentos, tornando-se fundamental reduzir também o período de vida útil dos alimentos, para que não se corram risco de saúde. Este é o calcanhar de Aquiles, pois o consumidor acaba por querer “Sol na Eira e chuva no Nabal”. Os consumidores querem menos aditivos, mas querem à mesma, períodos de vida útil dos alimentos, prolongados. Ora, isto não é possível. Na verdade, pensamos que a questão não se prende com a quantidade de aditivos utilizados pela indústria, mas sim, maioritariamente com o comportamento desadequado por parte dos consumidores, os quais resistem a adotar uma dieta equilibrada e de acordo com a “Roda dos alimentos”.

4. A Apicarnes entende que a utilização de nitritos e nitratos continua a ser benéfica?

Reiteramos que a adição de nitratos e nitritos visa, em particular, limitar o desenvolvimento de bactérias que causam doenças como salmonelose, listeriose ou botulismo. Estas doenças podem matar, pelo que a conservação adequada destes alimentos é fundamental. Relembrando Paracelso Séc. XVI: “ Tudo é veneno e nada é veneno, só a dose faz o veneno.” Por esta razão, os aditivos são utilizados com parcimónia, isto é, na dose certa, nos alimentos onde estão autorizados e identificados na respetiva rotulagem dos alimentos. Naturalmente, que este conceito está patente também nos nossos industriais que têm vindo a fazer esforços para conseguirem produzir com segurança e reduzindo a utilização dos aditivos, como referido acima, por estarem comprometidos com a estratégia Farm to Fork. Importa realçar que a utilização de aditivos não se torna interessante em doses acima do preconizado na legislação, já que os aditivos são utilizados para uma determinada necessidade tecnológica, não sendo útil aumentar a dose, por que deixará de ter o efeito tecnológico desejável, acabando por ser uma utilização redundante.

5. Existe algum perigo para a saúde identificado, seja pela Apicarnes ou por alguma autoridade, na utilização de nitritos e nitratos?

A carne vermelha é há muito estabelecida como uma importante fonte dietética de proteínas e nutrientes essenciais, incluindo ferro, zinco e vitamina B12. Estudos recentes referem que o seu consumo pode aumentar o risco de cancro do cólon o que levou a uma perceção negativa do papel da carne vermelha na saúde. Apesar destes estudos relatarem uma associação entre a carne vermelha e o risco de cancro do cólon, várias limitações metodológicas e inconsistências foram identificados, o que pode ter impacto na validade das suas conclusões. Uma quantidade substancial de provas apoia o papel da carne vermelha magra como moderador positivo dos perfis lipídicos, com estudos recentes a identificá-la como fonte alimentar da cadeia longa anti-inflamatória e ácido linoleico conjugado (CLA).

Em conclusão, tal como outros alimentos, que contêm aditivos, sublinha-se que deve haver consumos moderados e de acordo com a Roda dos alimentos. A alimentação humana deve seguir as proporções identificadas nesta Roda, e se assim for, existirão consumos adequados de todos os alimentos como parte de uma dieta equilibrada. Neste sentido, será pouco provável que aumente o risco de cancro do cólon, mas pode influenciar positivamente a ingestão de nutrientes e perfis de ácidos gordos, tendo assim um impacto positivo sobre a saúde a longo prazo. O mesmo se aplica a outros alimentos, que devem ser consumidos de acordo com a proporção indicada na Roda dos alimentos, evitando assim riscos desnecessários.

6. A Apicarnes garante que as carnes portuguesas em que são utilizados conservantes são 100% seguras?

A APIC garante que os seus associados utilizam Boas Práticas de Higiene e de Fabrico, produzindo de forma segura, pois são conhecedores da legislação que se aplica a este setor ( legislação da higiene alimentar, dos critérios microbiológicos, dos aditivos, dos contaminantes, entre muitas outras). Os nossos industriais têm equipas de qualidade responsáveis por aplicar o plano baseado nos princípios do HACCP, com o objetivo de produzirem alimentos seguros, sem risco para saúde dos consumidores. Estas equipas têm a formação suficiente (a APIC tem proporcionado também muita Formação neste âmbito, para além dos “esclarecimentos técnicos” que divulga), pelo que, sabem fazer o uso adequado dos aditivos para a categoria de cada alimento e nas doses que podem permitir a função tecnológica necessária.

Importa também informar que o setor da carne é sem duvida, o setor mais controlado pelas autoridades competentes (ASAE e DGAV), havendo um total acompanhamento desde a criação dos animais até à produção dos enchidos

Deixo ainda espaço caso queira adicionar alguma resposta ou visão que possa não ser abrangida pelas questões.

As principais conclusões deste relatório são:

- A ANSES não coloca dúvidas por trás da opinião científica da EFSA 2017 sobre a ADI (Admissão Diária Aceitável) ou seja, 3,7 mg/kg consumidor/dia - 0,07 mg/kg consumidor/dia,

- Não há excesso significativo de consumo do NOé-NO3 pela população francesa (menos de 0,5% das crianças e 0% dos adultos),

- Nitritos e nitratos contribuem efetivamente para o controlo de perigos microbianos como Listeria, Salmonella, Clostridium botulinum,

As recomendações da ANSES são:

- Reduzir voluntariamente a exposição da população a essas substâncias.

- Consumir produtos de charcutaria/carne de forma "razoável" como parte de uma dieta variada e equilibrada, tal como outros alimentos.

- Não esquecendo que os Nitratos e nitritos estão presentes em nossa dieta, não só nos enchidos como também devido a:

• A presença natural de nitratos em solos (ciclo do azoto), a concentração que pode ser reforçada pelas atividades agrícolas e nos recursos hídricos;

• Acumulação em plantas. Este relatório refere também que a redução dos nitritos pode ser acompanhada por uma redução do período de validade

obrigada

Antonio Guimarães CNN-a preto

APIC-a azul